Na última quinta feira o Plano Municipal de Políticas para as mulheres de Juiz de Fora, por estratégia do Conselho, foi retirado de tramitação da Câmara Municipal. Retirado devido ao medo de que ele se transformasse num “monstro” que ao invés de promover a igualdade entre os gêneros, o fim da violência contra a mulher, o fim do feminicídio, do estupro, além do acolhimento de mulheres que sofrem esse tipo de violência, não só física, mas também psicológica, promoveria ainda mais as desigualdades e a violência contra a mulher.
Mas daí eu me pergunto, quem ganha e quem perde com isso? Obviamente quem perde são todas as mulheres juizforanas, todas e todos aquelas e aqueles que lutam para por fim à essas desigualdades promovidas pelo sistema patriarcal e capitalista em que vivemos. Todas e todos aquelas e aqueles que sonhavam em aprovar esse plano como lei para que o prefeito e futuras prefeitas e prefeitos tivessem a obrigação de promover políticas públicas para nós mulheres.
E quem ganha? Quem ganha é o sistema capitalista e patriarcal, que continua a nos tratar como mercadoria e propriedade, que continua a nos oprimir todos os dias e nos mostrar qual é o nosso lugar: o lugar de submissa e subalterna em relação aos homens. E os setores religiosos e conservadores insistem na falsa mensagem de estarem “preservando” a família. Qual família é essa? A que mata e violenta a mulher? A que não deseja o sucesso profissional e pessoal da mulher? A que continua vendo a mulher como propriedade? Sinto muito, mas isso não é família. Família, para mim é amor e nada mais do que isso. Por isso acredito que os setores religiosos também saem perdendo, por mais que acreditem que tiveram uma vitória, pois esse plano visava garantir era a paz nas famílias, nos lares, nas ruas e a liberdade das mulheres!
Talvez um dia a compreensão dessa falsa polêmica gerada toda em torno da palavra “gênero” entre na cabeça dessas pessoas, e nesse dia esses setores se arrependerão amargamente de hoje estarem rechaçando-a de todos os planos e projetos de lei.
É PELA VIDA DAS MULHERES!!
Laiz Perrut Marendino
Militante do Coletivo Maria Maria Mulheres em Movimento – Núcleo da Marcha Mundial das Mulheres em Juiz de Fora
Comments